domingo, 8 de janeiro de 2012

CAVALARIA

AS COBERTURAS DE CABEÇA
PARA A CAVALARIA

Na nossa cavalaria, ao longo dos séculos, nunca foi regra a utilização de capacetes metálicos, talvez por estes serem quase exclusivamente de utilização da cavalaria pesada. A única excepção foi durante a Guerra da Restauração (1640 a 1668), onde se utilizaram coberturas de cabeça, em ferro, por exemplo: nas companhias de lanças, couraceiros, etc.

No ano de 1764, o Conde Lippe ao mandar publicar o Regulamento de Uniformes hesitava entre a utilização de chapéus ou capacetes para as suas tropas montadas, assim: "(...) enquanto eu não tomar resolução sobre a dúvida de ser mais conveniente às minhas tropas o uso de cascos (capacetes), ou barretes (tricórnios) (...)", efectivamente acabou por se decidir pelos chapéus, por vários motivos: pela sua leveza, por a nossa cavalaria ser ligeira; por uma questão económica para a fazenda; pelo tipo de clima do nosso País, etc.,

Séculos mais tarde, já por volta do ano de 1900, os capacetes de metal foram utilizados pela charanga da Guarda Municipal de Lisboa, que mais não era que a adopção do capacete francês modelo 1872/74. Tendo, mais tarde, sido utilizado por todo o pessoal da charanga a cavalo da Guarda Nacional Republicana, contudo faz já algumas décadas que os colocaram de parte, segundo se consta, por serem "pesados" e "incomodativos"...

Só a partir da publicação do Plano de Uniformes de Maio de 1806 é que ficou estabelecido, para toda a cavalaria de linha, a utilização de capacetes (cascos) de couro, reforçado com cruzetas de metal. Contudo já nas últimas décadas do século XVIII, se utilizaram cascos ou barretinas de couro para a cavalaria, no Ultramar (Brasil) existem bastantes fontes iconográficas dessas coberturas de cabeça.

Em 1956, na Exposição Histórico-Militar do Porto, esteve exposto uma barretina de couro pertencente ao Regimento de Cavalaria de Bragança, supondo-se que tivesse sido utilizado por volta de 1800, assim como a barretina da cavalaria da Guarda Real de Policia em 1801.

Será que os modelos, pré-1806, funcionaram a título exprimental até se adoptar o modelo definitivo do Plano de 1806? Tudo nos indica que sim.
Texto: marr






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