sexta-feira, 17 de junho de 2011

A MÚSICA

O uniforme dos músicos era igual ao dos tambores, mas o galão que guarnecia as costuras das mangas era de seda amarela. O resto do fardamento era igual aos dos restantes militares do seu regimento (cor da gola, canhões das mangas, forro, abas da casaca, vivos, etc.).

O uniforme do Mestre da Música, que geralmente tinha o posto simbólico de 1.º Sargento, era igual ao do Cadete ou do Porta-Bandeira, isto é: com boldrié, florete de oficial e as borlas da barretina eram de fio de ouro.

Os músicos até 1815 eram, no fundo, paisanos envergando um uniforme, na medida em que eram contratados por períodos determinados, sendo o seu vencimento geralmente pago pelo comandante ou por quotização feita entre os oficiais da unidade onde prestavam esse serviço

A constituição de uma banda, por regra estabelecida, raramente ultrapassava os oito músicos, mais o Mestre; contudo, e por uma questão de vaidade e orgulho, entre unidades, esse número era ultrapassado. Toda esta situação modificou-se com a publicação da Portaria de 16 de Dezembro de 1815.

A organização, base, de uma banda de música durante este período era a seguinte:

- 1 Mestre (que geralmente era 1.º clarinete):

Colecção particular

Colecção particular





- 1 Trompa:

Colecção particular

- 1 Clarim:

Colecção particular
- 1 Flauta:
Colecção particular
- 1 Segundo Clarinete (no caso do Mestre tocar esses instrumento):
Colecção particular
- 1 fagote:

Colecção particular
- 1 Serpentão:

Serpentão
Colecção particular

Colecção particular





- 1 Bombo:
Colecção particular
- 1 Caixa de Rufo:

Colecção particular



No caso do Mestre não saber tocar clarinete, mas sim qualquer outro instrumento, teria que haver sempre um 1.º Clarinete, sendo substituído o músico que tocasse o mesmo instrumento que o mestre.

Um dos compositores portugueses muito popular, nesta época, foi Marcos de Portugal que, em 1810, compôs um célebre "Hino Patriótico da Nação Portuguesa", para ser cantado e tocado por todas as bandas Militares.


Colecção particular

 


É de lamentar que este Hino ainda continue inédito, assim como imensas partituras de Marchas Militares e Hinos Portugueses inéditos, que "jazem" no nosso Arquivo Histórico Militar*, andando as nossas bandas , muita vezes, a tocar marchas estrangeiras...

* Existe apenas "uma pedrada no charco" que foi a publicação de um livro intitulado "Hinos patrióticos e militares portugueses", uma excelente parceria de Alberto Ribeiro Soares, Pedro Marquês de Sousa e Manuel J. Ferreira da Costa.
Pena foi este trabalho não ter abordado as marchas, os diversos toques da ordenança, etc. Mas... talvez ainda não seja tarde para a mesma parceria deitar mãos à obra!

Texto e ilustrações: marr

1 comentário:

  1. Bom dia,

    Antes de mais gostaria de o felicitar pelo trabalho desenvolvido neste e noutros blogs, onde são apresentadas informações de grande importância para a nossa História como foi este período da Guerra Peninsular.
    Relativamente ao Hino Patriótico, há outros dois exemplares na Biblioteca Nacional:
    http://purl.pt/6602/1/index.html
    http://purl.pt/827/1/index.html

    Há também no Youtube um vídeo onde é possível ouvir este Hino:

    http://www.youtube.com/watch?v=tm5Cuc_4Yxo&feature=related

    Cumprimentos,
    Dinis Fonseca

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