quarta-feira, 29 de junho de 2011

DECLARAÇAO DE GUERRA E EXTINÇÃO DO GOVERNO FRANCÊS

DECRETO DE 10 DE JUNHO DE 1808

DECLARANDO GUERRA AO IMPERADOR DOS FRANCESES E AUTORIZANDO O CORSO

Colecção particular




PROCLAMAÇÃO DE 19 DE JUNHO DE 1808
 

PROCLAMAÇÃO DO GOVERNO DE S. A. R. E DA EXTINÇÃO DO GOVERNO FRANCÊS

Colecção particular


Por: marr




sexta-feira, 17 de junho de 2011

A MÚSICA

O uniforme dos músicos era igual ao dos tambores, mas o galão que guarnecia as costuras das mangas era de seda amarela. O resto do fardamento era igual aos dos restantes militares do seu regimento (cor da gola, canhões das mangas, forro, abas da casaca, vivos, etc.).

O uniforme do Mestre da Música, que geralmente tinha o posto simbólico de 1.º Sargento, era igual ao do Cadete ou do Porta-Bandeira, isto é: com boldrié, florete de oficial e as borlas da barretina eram de fio de ouro.

Os músicos até 1815 eram, no fundo, paisanos envergando um uniforme, na medida em que eram contratados por períodos determinados, sendo o seu vencimento geralmente pago pelo comandante ou por quotização feita entre os oficiais da unidade onde prestavam esse serviço

A constituição de uma banda, por regra estabelecida, raramente ultrapassava os oito músicos, mais o Mestre; contudo, e por uma questão de vaidade e orgulho, entre unidades, esse número era ultrapassado. Toda esta situação modificou-se com a publicação da Portaria de 16 de Dezembro de 1815.

A organização, base, de uma banda de música durante este período era a seguinte:

- 1 Mestre (que geralmente era 1.º clarinete):

Colecção particular

Colecção particular





- 1 Trompa:

Colecção particular

- 1 Clarim:

Colecção particular
- 1 Flauta:
Colecção particular
- 1 Segundo Clarinete (no caso do Mestre tocar esses instrumento):
Colecção particular
- 1 fagote:

Colecção particular
- 1 Serpentão:

Serpentão
Colecção particular

Colecção particular





- 1 Bombo:
Colecção particular
- 1 Caixa de Rufo:

Colecção particular



No caso do Mestre não saber tocar clarinete, mas sim qualquer outro instrumento, teria que haver sempre um 1.º Clarinete, sendo substituído o músico que tocasse o mesmo instrumento que o mestre.

Um dos compositores portugueses muito popular, nesta época, foi Marcos de Portugal que, em 1810, compôs um célebre "Hino Patriótico da Nação Portuguesa", para ser cantado e tocado por todas as bandas Militares.


Colecção particular

 


É de lamentar que este Hino ainda continue inédito, assim como imensas partituras de Marchas Militares e Hinos Portugueses inéditos, que "jazem" no nosso Arquivo Histórico Militar*, andando as nossas bandas , muita vezes, a tocar marchas estrangeiras...

* Existe apenas "uma pedrada no charco" que foi a publicação de um livro intitulado "Hinos patrióticos e militares portugueses", uma excelente parceria de Alberto Ribeiro Soares, Pedro Marquês de Sousa e Manuel J. Ferreira da Costa.
Pena foi este trabalho não ter abordado as marchas, os diversos toques da ordenança, etc. Mas... talvez ainda não seja tarde para a mesma parceria deitar mãos à obra!

Texto e ilustrações: marr

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O TAMBOR-MOR E O TAMBOR


O TAMBOR MOR
"Como ele orgulhoso manobrava outrora à frente do seu regimento, o bastão caprichosamente ornado! Alto, desempenado, ar soberbo, cônscio da sua importância, era a flor do regimento.

Popularíssimo; quando pela primeira vez as tropas formaram privadas desta imponente figura regimental, houve quem chorasse, e o rapazio, que tão alegremente evolucionava acompanhando os soldados, esteve nesse dia silencioso como num enterro...

Ter bom entendimento e boa ponta de língua; porque de ordinário, diz a ordenança, servem estes no tempo de guerra de mensageiros de notícias à parte contrária, onde se mandam com o título de bolantim, e muitas vezes são mandados com malícia só a fim de conhecer as alturas dos fossos da praça e suas defesas e entradas das portas e como estas são guardadas e se vê muita soldadesca na guarnição, e estar atento se ouve queixar a gente do povo ou os soldados por falta de mantimentos, ou mal contentes do governo ou por mal satisfeitos de pagos ou de vestidos, condições que são de utilidade saberem-se.

Oficiais do Serviço do Estado-Maior realizam hoje reconhecimentos que incumbiam ao tambor-mor, e nos exércitos onde os conservam ele é simplesmente o mestre de tambores; mas deixou de si tal fama esta tradicional figura que um príncipe da casa de Orleans, oficial do exército dinamarquês, encontrou na história dos tambores-mores elementos para um interessante livro.


Eu fui tambem dos que sentiram pesar ao vê-lo desaparecer da testa da coluna da nossa infantaria onde a sua personalidade aparatosa brilhava.


Quantos de nós, filhos de velhos soldados, no tempo em que a próxima recordação de feridas campanhas alimentava o espírito de classe, não invejamos o marcial aspecto do sargento de tambores?

Quantos de nós não tiveram como suprema aspiração, nessa idade feliz, o chegar a tambor-mor!"

Coronel Ribeiro Arthur
In: Portugal Militar, n.º 5 de Maio de 1903




Da esquerda para a direita:
Pífano de Infantaria 11, uniforme de Inverno, modelo 1810/1815 *
Tambor-mor de Infantaria 9, uniforme de Verão, modelo 1806/1810
Tambor de Infantaria  4, Cabo, uniforme de Inverno, modelo 1806/1810
Aguarela do mestre Carlos Alberto Santos
Por especial autorização para este blog
Colecção particular

* Assunto a tratar brevemente


TAMBORES E PÍFANOS
A utilização dos tambores era inteiramente funcional, marchando sempre ao lado do seu comandante. Os diversos sinais executados pelos vários toques da Ordenança, nomeadamente a Marcha, Recolher, Alvorada, Generala, Pegar nas Armas, Chamadas, Faxina, Bota Carga, Tropa, Retirada, Bando, Carregar, etc., etc., equivalem, modestamente, aos modernos meios de comunicação via-rádio, com  intuito de transmitirem as ordens do comandante às tropas.

Como se pode verificar, além de serem a "voz do comandante", também eram utilizados para marcar o tempo de "avançar sobre o inimigo", quer travando o passo aos mais afoitos, quer encorajando os mais tímidos...

Um dos deveres mais "sinistros" dos tambores era, sem dúvida, o de tocarem durante as execuções. Assim:
-  Quando houver que se executar sentença de morte, o criminosos será levado com boa guarda ao lugar da execução, aonde as tropas se encontrarão formadas em batalha, tocando os tambores, se mandará lançar bando em que se proíba com a pena de morte a todos os soldados de qualquer qualidade de derem vozes de perdão ao delinquente, tocando novamente os tambores até se efectuar a execução.

Era igualmente uma das suas funções guardar os prisioneiros de guerra em campanha e fazer de correio, levando ou trazendo mensagens para e do inimigo. Outra função pouco agradável era a de "verdugo", uma vez que executava os castigos aos outros militares, nomeadamente as varadas, os tratos de polé, o tornilho, etc.

Não era de admirar, por isso, que a sua fama não fosse das melhores; contudo, esta acabou por se ir atenuando, tendo-se dignificado a sua carreira com o decorrer do tempo.

Quando faziam parte de uma "banda de música", eram os únicos membros que, por tradição, eram treinados para o combate.

Os pífanos executavam as mesmas tarefas dos tambores, contudo, não tinham toques de Ordenança, limitando-se a tocar durante as paradas, marchas, revistas e por vezes acompanhavam os tambores quando as tropas carregavam sobre o inimigo.

Os Tambores e Pífanos recebias 43 réis, além do pão de munição, isto depois dos descontos para o fardamento; os primeiros, quando pertencessem à Companhia de Granadeiros, venciam 67 réis de soldo

Texto de: marr

sexta-feira, 10 de junho de 2011

INFANTARIA E ARTILHARIA

UNIFORME MODELO 1806/1809

TAMBOR MOR

Envergava uma farda em tudo idêntico aos restantes componentes do seu regimento com as seguintes alterações:

BARRETINA
Modelo 1806 com a única diferença em que as borlas e as franjas dos cordões são douradas

CASACA
Modelo de 1806 tendo um galão de seda azul ferrete com o desenhos do cor do forro da farda, conforme o modelo:


Colecção particular
Este galão coloca-se na farda nos seguintes locais:
- nas costuras anteriores e posteriores das folhas das manga
- à roda dos canhões das mangas
 - em redor da gola



Colecção particular

Colecção particular





BOTIFARRAS
De couro preto

BASTÃO
De madeira com castão e ponteira de metal amarelo; o topo do castão podia ter gravado, em baixo relevo, o número do regimento ou as Armas de Portugal. Todo o bastão era enrolado por dois cordões entrelaçados com as seguintes cores: azul ferrete, ouro e a cor do forro da farda, rematando por duas borlas douradas junto à ponteira.

Tambor Mor do Regimento de Infantaria n.º 9
(uniforme de Verão)
Aguarela do mestre Carlos Alberto Santos
Por autorização especial
Colecção particular
 



Tambor Mor de Artilharia 2
Colecção particular

Tambor mor de Infantaria 3
(uniforme de Inverno)
Colecção particular










TAMBOR OU PÍFANO

O uniforme é igual aos das outras praças do respectivo regimento a que eles pertençam com as seguintes alterações:


CASACA

Modelo de 1806, tendo um galão de lã igual ao do tambor mor mas este apenas guarnece as costuras anteriores e posteriores das folhas das mangas da casaca.

Colecção particular

Colecção particular








 
o tambor suspendia-se por intermédio de uma correia de couro branco, tendo a meio do peito, uma chapa de metal amarelo com um encaixe para se guardar as respectivas baquetas. Protecção da perna esquerda em couro branco, sendo preso á cintura e á perna por meio de correias afiveladas.


Tambor de Infantaria 20
Colecção particular

Tambor de Infantaria 4
Aguarela do mestre
Carlos Alberto Santos
Por especial autorização
Colecção particular




TAMBOR
Geralmente, era de cor da madeira (ocre claro) com as cercaduras, que prendem as peles, de cor vermelha; esticadores e cordões brancos. No centro tinha pintado as Armas de Portugal, que se encontravam colocadas sobre quatro bandeiras cruzadas.


 
PÍFANO
De 1796 a 1806 este elementos faziam parte da 1.ª Companhia do Regimento, tendo depois passado a fazer parte do Estado Maior da Unidade.

Pífano
Colecção particular
O uniforme era igual ao do tambor, tendo suspenso na correia um estojo em couro para guardar o respectivo instrumento

Pífano de Infantaria 6
Uniforme de Inverno
Colecção particular


Pifano e Tambor de Artilharia 1
Uniforme de Verão
Colecção particular


Nota: Para ver as respectivas cores das unidades consultar o trabalho editado em 8 de Maio próximo passado.
Observação: As planificações das casacas foram coloridas num tom mais claro para se poder ver melhor os pormenores.A cor original é o azul ferrete.

Texto e ilustrações: marr